9/11/2008

NO TEMPO DOS BEATLES


Até mil, novecentos e setenta e nove, o mundo ainda era como no tempo dos Beatles “ – já dizia um poeta piauiense.

É o que observamos na foto, extraída num reveillon dos anos setenta no Comércio Esporte Clube. Naquele tempo era difícil se conseguir ter acesso àquele clube social de grande fama.

No entanto, de cima para baixo, temos aí os piolhos de bola Ubaldo, Eloneide, Carlito de Bruno, Lauro Cronemberger e o nosso amigo Roberto Holanda, vestindo suas melhores becas ( algumas, emprestadas, é claro! ).

Época romântico, onde havia toda um afobamento lírico, adrenalínico, de soberbas impressões visionárias. Havia, antes, o baile, a tertúlia e, logo após à meia noite, começava o frevo e o toque das marchas carnavalescas.

O clube, à época, ficava lotado e, do lado de fora, era um Deus nos acuda, gente querendo entrar de qualquer forma: eu sou filho de fulano e beltrano... Até para varar era difícil, mas alguns tinham sorte, entrava fácil, mas tudo dentro de um contexto saudável que ou dentro, ou fora, todos brincavam sem nenhum vício que pudesse atrapalhar aquelas saudosas festas, que os anos não trazem mais.

DE VOLTA PARA O FUTURO



O pôr do sol, é lá no cais; eu vejo a lua, surgindo atrás da torre... do cais “. Esse é o trecho inicial da linda canção do grupo musical Viazul, que fez sucesso na década de setenta, mas que traduz bem a beleza e a poesia da beira do rio, o ponto de encontro mais aconchegante da cidade.

O Flutuante em sua mansidão de sempre, mantendo a tradição; o Parnaíba, caudaloso, inspirando os poetas e itinerantes; vejo, à noite, reluzente, a bela Barão, espelhada nas águas do rio; mas já não existem mais as regatas de julho e as lavadeiras.

O tempo vai passando, lentamente e o futuro surge sorrateiramente; mas não se houve mais os borás; a tecnobregacia surge com novos sons de consumo em nossos carnavais; os foliões, agora, são sultra abadanos e as nossas marchinhas se perderam no tempo; o cais absorve outras naves e concorrentes. A poesia mudou e a burguesia sumiu.

Saudoso, chego, agora, de mansinho a sondar a nova paisagem que ficou. Soturno, ando em passos lentos e solitários à procura de um tempo em que não volta mais; no entanto, o conforto da minha presença aqui satisfaz o meu ego; e os tambores que escuto na madrugada lenta e fria, são meus únicos companheiros, que trafegam por aqui, ecoando noite a dentro a compartilhar os meus pensamentos em busca de um nova onda.

9/10/2008

REENCONTRO


Estávamos, por acaso, dando um giro pelo carnaval de Floriano de 2007, revendo lugares e matando a saudade, quando nos deparamos com os amigos de outrora.

Foi no Hotel do seu Jorge Batista, reencontramos aí os nossos amigos Puluca ( funcionário da Caixa Econômica ), o Zé Uilson ( engenheiro da Sabesp ) e o músico e arquiteto Nilson Coelho.

Num bate papo descontraído, resgatamos bons momentos do passado romântico de Floriano: futebol, política, arquitetura e vários assuntos, onde constatamos que a Princesa do Sul necessita de várias parcerias para avançar no seu desenvolvimento.

9/08/2008

DEPOIMENTO



FLORIANO – PRINCESA DO SUL

Por: Leyla Siqueira

Janclerques,

Com uma taça de vinho e a linda voz do Ney Matogrosso interpretando "Corra e olhe o céu" do Cartola, penso se sou capaz e merecedora de seu convite.

Logo eu que sou um tanto reservada e muito atrapalhada pra falar do que não seja técnico, mesmo assim com ressalvas, muitas ressalvas...

Porém,

"Linda, te sinto mais bela
Te fico na espera, me sinto tão só
Mas o tempo que passa, em dor maior, bem maior

Linda, no que se apresenta
O triste se ausenta
Faz-se a alegria
Corre e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia"

Ufa!! É melhor um novo gole que a noite tá fria e as minhas lembranças inexpressivas gritam com uma frágil voz.
Ei, você pode!! - Vamos lá

Como mesmo posso começar???

Era uma vez...não, não!!!

Existe um rio, um lindo rio a beijar uma pobre princesa e que tem um nome masculino. Epa, como assim!?
É a minha princesa, chama-se Floriano e tem um vizinho Barão.
Quanta nobreza, hein???
Mas nobre mesmo é sua gente, um povo culto, inteligente e elegante, humanamente elegante.

Quando eu vivia sobre seu calor, e que calor, não tinha quase nada na cabeça e no bolso... quase nada na vida.
Mas conhecia dos livros que tinhamos em casa, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Jorge Amado, Camões, Érico Veríssimo, Otto Lara Resende e o melhor da nossa música.

Agora, vejo as janelas e portas abertas e sem grades da minha casa saindo som da velha vitrola de pés de palito. A incofundível Maysa. Eu não gostava. Relutava com tanta tristeza. Corria para o cais. Lá, sim, tudo acontecia. Encontrávamos os amigos, e como tínhamos amigos. Hoje, só colegas. Eram tantas as conversas, as novidades, tantos planos e mudanças desenhadas em palavras... jovens palavras.
E do que foi feito tudo isso?

Saí do teu calor, estudei, viajei por tantas terras, mares e outro amores.

Novas casas, novos livros e sons. Mas foi no Velho Mundo que me apaixonei pelo impressionismo e a maior incidência de luz que já vi foi nas suas margens e no seu crepúsculo.

Foi tão longe pra reconhecer que a paleta de Monet e Van Gogh estava lá entre julho e agosto derramando-se em tuas águas.
O cubismo ficava nas mãos das senhoras lavadeiras. Quantas cores a secar sobre seu cais.

"Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão.
O tempo chegou de repente
Nas asas do meu coração."

Termino aqui a minha tela.

Aonde mais poderiamos ter tudo isso?

"Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa como, às vezes, o cogumelo é."
Clarisse Lispector.

E, como na velha canção, fecho a cortina do tempo, fecho meu pano de confetes, mas em Floriano soube que nunca acabou o Carnaval. Que amores se renovam, amizades se reconhecem, o calor entorpece e a tarde cai lentamente sobre o copo dourado e gelado e lá sempre se tem um bom papo.

Como mãe, as ruas e vielas reconhecem os pés de seus filhos, mesmo daqueles que não voltam. Deus do céu!! Mais uma taça, foi-se a garrafa. A noite corre clara e linda no porte e na cor. E com as minhas pobres palavras esqueci o tempo. Como uma borboleta triunfante ao sair do seu casulo,vou ao seu encontro e estendendo um pouco mais o meu braço, toco nos teus cabelos de princesa. E os meus pés chegam ao teu chão.

Caro amigo Janclerques, posso assim chamá-lo?

Não estando certa de que isso valha para algo e sentada como uma menina em uma forquilha de uma mangueira, lhe digo: caso ache alguma ultilidade, aceita essas palavras de uma anafalbeta em emoções. Quanto a Maysa, hoje gosto bem mais.

Foto: florianonet

9/07/2008

7 DE SETEMBRO


Cena do desfile de sete de setembro, ainda nos anos sessenta, na altura do Ginásio Primeiro de Maio.

Havia uma postura mística e romântica nos desfiles do passado. Hoje, as alegorias e o visual moderno tomam de conta da avenida.

Quem suava bastante a camisa naquele tempo era o professor Ribamar Leal, conduzindo sua escola com muita tenacidade.

De qualquer forma, a tradição permance e, hoje, teremos mais um belo desfile na avenida Getúlio Vargas.

9/05/2008

RESGATE



Segundo se comenta, na cidade, há uma expectativa de se revitalizar o nosso abandonado Floriano Clube ( foto ) , que no passado realizava festas de carnavais, de debutantes e tertúlias.

O que se sabe é que já há um projeto circulando que nos proporciona uma garantia de se resgatar o velho clube para eventos de um modo geral, tipo: congressos, reuniões, debates e festas em geral.

Finalmente, agora, podemos, quem sabe, ( re ) viver os bons tempos de outrora.

9/04/2008

FLORIANO - PRINCESA DO SUL


FLORIANO!

Leyla Siqueira

Floriano é a minha mais cara lembrança de um tempo bom. Lembro-me do mês de julho e, ao voltarmos para as férias, o melhor era o fim de tarde, o por-do-sol. A água do rio tem na minha mente um sabor, cor e gosto que eu já mais provei.

" você marcou em minha vida
viveu, morreu em minha história
chego a ter medo do futuro
da solidão que em minha porta, bate,
e eu, gostava tanto de você."

Esse era nosso som! Isso sem falar no Milton, Chico,Gal, Caetano, Beto Guedes, Lô Borges etc. Tudo era bom! O nosso tempo pra sonhar... Iluminava a cidade de gente bonita; e hoje vejo como éramos bem mais interessantes... Falávamos de política, cinema... e revitalização da Maria Bonita começou assim... de papos no velho cais, no Flutuante e no clube.

Hoje, os meus sonhos estão bem diluídos, comuns e solitários... Quero pagar menos impostos, terminar o doutorado, ver minha filha crescer em um país mais justo, seguro... feliz!!!!

9/02/2008

SAMBÓDROMO



Este é o cenário atual do que seria o nosso sambódromo para as festas de carnavais de Floriano, mais precisamente no bairro Bosque Santa Teresinha próximo ao cais do porto.

No entanto, face a vários fatores, não foi concluída essa obra de suma importância para atender ao turismo, ao povo e aos carnavalescos de hoje.

Portanto, ainda dependemos da beira rio para atender a demanda do carnaval da Princesa, que cresce a cada ano em contingente humano.

Precisamos refletir, fazer uma vistoria, uma previsão futura para evitarmos a perda de subsídios e/ou dividendos no crescimento turístico da cidade.

9/01/2008

CINE NATAL


Estamos observando ao lado duas fases do Cine Natal. A primeira, no final dos anos trinta e, a outra, na década de cinqüenta.

No meu tempo, nos anos sessenta, o nosso cine causava um frissom sensacional com as matinês. O troca – troca de gibis, os picolés do bar do Bento e as filas enormes disputando os melhores lugares.

O tempo passou, Floriano, agora, passando por uma transição sem igual e o Cine Natal se foi, não dava mais ibope. Hoje, só temos que recordar aqueles bons tempos.

Floriano, no entanto, atravessa uma fase nova, de esperança, mas é preciso estamos atentos a essas mudanças, sabermos fazer as cobranças e as autoridades mostrarem serviço, no sentido de melhorar e resgatar nossos valores em geral.

Morre Adelmazinho do Restaurante Flutuante



Morreu nesse sábado, 30, por volta das 3:00 horas da tarde em Floriano, aos 90 anos de idade, o seu Adelmar de Sousa Lima, conhecido por Adelmazinho, que por muito tempo comandou o restaurante Flutuante.

Depois que recebeu do genro José Garcia Maia, 68, um dos restaurantes mais bem visitados de Floriano, o Flutuante, que fica no Cais da Beira Rio, na década de 50, Adelmazinho como ficou conhecido, comandou o local por vários anos, onde fez e manteve muitas amizades que prevaleceram até hoje.

De acordo com informações de familiares, Adelmazinho, que morava na rua Sete de Setembro, faleceu vítima de falência multipla dos órgãos, após apresentar vários problemas de sáude.

Adelmazinho deixa a esposa Maria Estela Porto Lima, 82 anos, sete filhos, 15 netos, 7 bisnetos. O corpo foi velado no Memorial Floriano de onde saiu para sepultamento as 10:00 dessa manhã no cemitério São Pedro de Alcantara.

Fonte: piauinoticias.com

Sábado do Riverside

  Normalmente, aos sábados, no Riverside Shopping, a turma da velha guarda se reúne para relaxar e relembrar os bons tempos com resenhas e a...