8/29/2012

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE VII )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993
INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Por absoluta falta de energia elétrica, mola mestra no funcionamento de indústria, estas eram quase inexistentes em Floriano. Artezanalmente existiam em nossa cidade pequenas fabriquetas, especialmente nos ramos de calçados e artefatos de couros, destacando-se as Sapatarias Lima e Universal, às quais supriam a população local e de algumas cidades circunvizinhas, inclusive do Estado do Maranhão. Funcionava também um pequeno curtume de couros e peles de propriedade do senhor Nicolau Waquim.

Existia uma fábrica de gelo; uma outra de vinagre, denominada "Merceeiro" do senhor Raimundo Vieira de Sá; marcenarias com pessoal habilitado na confecção de móveis etc.

Na confecção de redes de tapuirana, destacaam-se as senhoras Marica Camarço e Maria dos Anjos Raújo, cujos trabalhos eram primorosos e de grande aceitação, sendo vendidas até para outrs estados. Também faziam-se com bilros, rendas e bicos com bom acabamento.

Lembramos aqui que a Usina Elétrica de então, foi inaugurada em 1924 e o motor de capacidade limitada funcionava a óleo diesel no período de 18 às 23 horas. com o crescimento e expansão da cidade, ofornecimento de luz tornou-se quase que ineficiente e ás vezes carente de todo, pois não aguentava o motor a carga ora distribuída.

Na indústria do vestuário, marcaram época grandes alfaiates como os senhores Manuel Conrado de Castro, Abílio Pacheco, João Elias Batista, José Rocha e José Olegário Correa, entre outros.

Na confecção de moda feminina, destacamos as senhoras Lucrécia Oliveira, Raimunda Elias, Diolinda Pacheco, Elzira Ataíde, dentre as demais existentes.

No que se refere ao comércio de um modo geral, este era bastante desenvolvido, encontrando-se à venda tudo de necessário e útil ao desejo dos compradores, podendo-se afirmar com certeza, que o comércio de Floriano era mopvimentadíssimo, não existindo nada a desejar.

Além desse comércio fabuloso existiam, ainda, grandes firmas especialistas na importação de produtos estrangeiros, e as exportadoras em grande escala de gêneros, como: cera de carnaúba, coco babaçu, oiticica, couros de boi, peles silvestres e de cabra etc.

A grande maioria de firmas comerciais de então pertenciam à Colônia Sírio-Libanesa. Destacamos: Casa Said, de Assad Kalume & Filhos; Casa Salomão, de Salomão Issa mazuad; Casa Demes, de José Demes; Casa Lobo, de Calixto Lobo; Casa Attem, de Adala Attem, e outras menores.

De comerciantes brasileiros, citamos: Leônidas Leão & Filhos, Affonso de Macedo Nogueira, Raimundo Mamede de Castro, Ribeiro & Cia, Rodrigues & Silva, João Viana de Carvalgho, João de Deus neto e mais algumas filiais de firmas de Parnaiba, como a Casa Marc Jacob, a Casa Inglesa, Morais & Cia, dentre outras. No ramo exclusivamente de tecidos a tradicional Casas Pernambucanas e a LOoja Rianil, esta já extinta.

Muitas firmas comerciais existentes até o ano de 1943 não estão mais no ramo, em razão do desaparecimento de seus fundadores, ou por dissolução social. Enumeramos: Antonio Neto &  Filho, Benjamim Freitas, Bento Leão e Costa, Cirilo Martins & Irmão, Cristino Castro & Irmão, Deocleciano Ribeiro, Elisiário Fernandes de Souza, Fernando Alves da Silva, Florêncio Teixeira de Miranda, Francisco Raimundo de Castro, Gabriel Gomes Ferreira & Filho, Hermano Brandãi, Jorge Tajra & Filho, José Álvaro dos Santos, José Conrado de Andrade Sobrinho, José Lavrador, Luiz Fernandes Ribeiro Gonçalves, P. J. da Silva, Pedro Antonio Neto, Raimundo Alves Fonseca & Irmão, Raimundo Neves de Ataíde, Tyrso Ribeiro Gonçalves, Almir Nóbrega Passarinho e Martinho Rocha.

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE VI )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993


JUSTIÇA

Administrada por Juiz de Direito, Delegado de Polícia e seus Assistentes, Promotor de Justiça e Advogados. Cartórios do 1º e 2º Ofícios de Notas e um Escrivão de Polícia.

Dos Juízes que aqui serviram, destacamos o doutor José Messias Cavalcante, doutor Flávio José Furtado de mendonça, doutor Joel Sérvio Ferreira e doutor João Pacheco Cavalcante Borges.

PROMOTORES - Tirso Ribeiro Gonçalves e Amâncio Caland, ambos ad-hoc e doutor Manuel Sobral Neto.

DELEGADOS - Major Carlino Francisco Nunes, Tomaz Alves Ferreira e Manuel Ferreira Camarço, todos civís. Funcionaram também alguns delegados militares.

ADVOGADOS - Marcaram presença no Fôro de Floriano os seguintes: provisionados - José Lino Alves da Rocha, Sátyro de Castro Moreira, Gonçalo de Castro Lima e Eugenilino Boson Dias; formados - doutores Tirso Ribeiro Gonçalves, Joaquim Lustosa, Flávio Portela Marcílio, Rogério de Castro Matos, Pedro Attem, Rogerito da Silva Matos e Francisco Araújo.

CARTÓRIOS - 1º Ofício: Titular o senhor Matias da Silva Matos; 2º Ofício: Titular o senhor Raimundo José de Araújo Costa.

Antes dos cartórios serem divididos o titular foi o senhor Alberto Marques Drumond de Carvalho.

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE V)

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993


SAÚDE

Exceto as doenças de infância tão comuns na primeira idade, como: ancilóstomo, catapora, caxumba, coqueluche, rubéola e sarampo, o impaludismo e a gripe também eram uma constante, especialmente na periferia da cidade.

A tuberculose, antes da descoberta da penicilina ceifou muitas vidas, tanto na cidade como no município.

Nos anos de 1926 e 1938, respectivamente, a varíola e a febre tifoide ou paratifo dizimaram muita gente em Floriano, o que foi um lamentável acontecimento.

No atendimento à população carente de recursos médicos, o Hospital Miguel Couto, sob a direção do competente clínico doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, estava sempre presente. Atualmente e melhor aparelhado, referido mosocômio continua atendendo a todos, indistintamente.

FARMÁCIAS

Neste ramo de comércio, Floriano é bem servida, pois as aqui existentes dispõem de grande sortimento de dogas e remédios dos principais laboratórios do País. Além disso, quase todas possuem laboratórios onde são manipulados remédios oficinais e tradicionais no ramo de farmácia.

Aqui existiam as farmácias Ramos, Almeida, Marques e Sobral. Desapareceram por completo a Ramos, Marques e Almeida. Esta foi comprada pelo doutor Raimundo Alves Pereira da Rocha, passando a chamar-se Farmácia Rocha. Depois surgiram mais duas outras: Coelho e Demes.

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE IV )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993


EDUCAÇÃO

Neste setor , Floriano possuiu brilhantes educandários. Citamos como primordial o Colégio 24 de Fevereiro, de propriedade do Padre Lindolfo Uchoa, o qual tornou-se na sua época, tão eficiente na instrução secundária, que os seus alunos brilhavam no saber, ocasionando com isto, quem sabe, inveja dos estabelecimentos da Capital do Estado. E os dirigentes destes, ajudados pela politicagem nefasta que tudo destrói, conseguiram com o Bispo de então a remoção do Padre Uchoa para a Capital a fim de que o 24 de Fevereiro desaparecesse, como de fato se deu. Outros grandes colégios surgiram após, como o do doutor José Messias Cavalcante, Juiz de Direito da Comarca; do ex-Padre Moisés Pereira dos Santos; do professor José Raimundo de Vasconcelos e, por último, o Ginásio Santa Teresinha, do professor Manuel Sobral neto.

Posteriormente, o Governo Estadual, atendendo reclamações de pessoas gradas de nossa sociedade e também pedidos de políticos, dotou Floriano de uma meia Escola Normal, obrigando com tal expediente, que os estudantes daqui completassem por dois anosseguidos o curso normal em Teresina.

Antes da criação do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, existiram em nossa cidade, algumas escolas com cursos primários e pré-ginasial, das insignes professoras Júlia Aleluia da Costa Azevedo, Hercília Barros Camarço e Epifânia Conrado, abnegadas educadoras que muito contribuíram no ensino de nossa juventude, haja visto que Floriano possuía um alto índice de pessoas alfabetizadas, cerca de mais de 80%.

Muitos foram os filhos desta terra e de municípios vizinhos que aqui estudaram e se doutoraram em faculdadesw nacionais, como Direito, Engenharia, Farmácia, Medicina e odontologia, senão, vejamos:

DIREITO - Esmaragdo de Freitas e Souza, Francisco Araújo Costa, João Pacheco Cavalcante Borges, pedro Attem, Pedro Borges da Silva, Pedro Leão da Fonseca, Raimundo Coelho Marques, Rogério Castro Matos, Rogerito Silva Matos e Turene Ribeiro.

ENGENHARIA - João Lobo.

FARMÁCIA - Amílcar Ferreira Sobral e Josefina Demes.

MEDICINA - Ariosto Martins de Araújo Costa, Cândido de Oliveira e Silva, Djalma Nunes, Demerval da Fonseca Nogueira, Equililérico da Fonseca Nogueira, Esmaragdo Ramos de Souza, José Demes Filho, José Marques da Rocha, Lafi Lobo, Pedro da Fonseca Nogueira, Solano Neto, Ulissesw Coelho Marques e Francisco Almeida.

ODONTOLOGIA - Eurípedes Neiva Ferreira, Manuel Gomes Ferreira e Herbrand Ribeiro Gonçalves.

PROFESSORES NORMALISTAS - Diversos foram os professores e professoras concluintes do Curso Normal. Citamos alguns: Aurino Nunes Filho, James e Otoni da Costa Azevedo, Djalma Silva, Raimunda Reis, Termutes Carvalho, dentre outros.

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE III )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993


GOVERNO ECLESIÁSTICO

Religião Católica - Designados pelos Arcebispos do Maranhão, antes de ser criado, o Bispado do Piauí, Floriano contou com colaboração dos seguintes:

Padre Antonio Marques dos Reis; Padre Acylino Portella Richards; Cônego Gastão Pereira da Silva; ( um Padre cujo nome não me lembro e que passava as noites jogando carteado ) e, finalmente, o atual é: Padre Pedro da Silva Oliveira.

Na ocasião de festejos religiosos, tanto de seu Padroeiro São Pedro de Alcântara como no mês de maio dedicado à Virgem Maria, ou de outros Santos, especialmente Santa Teresinha do menino Jesus, os eventos em honra destes eram por demais suntuosos e inesquecíveis.

RELIGIÃO PROTESTANTE

Apenas uma Igreja Batista, com reduzido número de adeptos, tendo como Pastor Itinerante o senhor Jonas Barreira de Macedo.

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE II )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993


GOVERNO MUNICIPAL

Até o ano de 1929, eram chamados de Intendentes, os chefes de Governo dos Municípios. Do meu conhecimento, enumero alguns:

Coronel Raimundo Borges da Silva ( chefe político local e de todo o sul do Piauí e de cidades adjacentes ); Doutor Antonio Ribeiro Gonçalves ( médico ) e, posteriormente, Deputado Federal; Doutor Antonio Luiz de Area Leão ( médico ); e o Farmacêutico Fernando de Oliveira Marques. Este, tão logo assumiu a Intendência, mandou erradicar todas as árvores da avenida Álvaro Mendes e de alguns logradouros, compostas, em sua maioria, de jamelão. Até hoje não compreendemos a razão de sua atitude neste propósito, tratando-se de uma cidade de clima tórrido como a nossa, pois é sabido e notório que as árvores contribuem, em muito, para amenizar bastante o grau de calor asfixiante existente em cidades ribeirinhas. Talvez, quem sabe, por se tratar de árvores frutíferas, como o jamelão, a molecada de ruas acometesse àquelas com paus e pedras, na época dos frutos, causando com isto aborrecimentos ao alcaide, o qual era neurastênico ao extremo, apesar de boníssimo! E dizer-se que os tais frutos nem tão bons eram, face ao seu gosto adstringente.

Em razão do movimento revolucionário de 1930, foram dissolvidos em outubro do referido ano e cassados os mandatos do Conselho e dos Intendentes Municipais, criando-se os cargos de Prefeitos e Vereadores. Nessa ocasião foi nomeado pelo Interventor Federal de então, o senhor Cyrilo Martins ( comerciante ), o qual foi substituído posteriormente pelo Farmacêutico Theodoro Ferreira Sobral.

Normalizada a situação dos Interventores e chamado o povo a votar, foi eleito o dentista Oswaldo da Costa e silva. Este, foi substituído pelo doutor Sebastião Martins de Araújo Costa ( médico ).

Na política, antes do advento da revolução de 1930, Floriano dava as cartas na sucessão dos Governadores, sob o comando do Coronel Doca Borges e Major Carlino Francisco Nunes.

8/21/2012

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE I )

( Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993

Floriano, ex-colônia de São Pedro de Alcântara, elevada à categoria de cidade com a denominação de " Cidade de Floriano ", pela Lei nº 93 de 18 de julho de 1896.

Situada à margem direita do rio Parnaíba, o qual divide o Piauí, do Maranhão, tem nesse Estado, como vizinha, a atual cidade de Barão de Grajaú.

Floriano, cognominada de " Princesa do Sul ", teve seus dias de glória e de acentuado progresso econômico nas décadas de 1930 e de 1940, quando considerada a terceira cidade do Piauí. Dista da Capital do Estado 250 quilômetros, servida por estrada asfaltada. Outrora, este trajeto era feito eficientemente por via fluvial. A navegação no rio Parnaíba constituia-se de ótimos barcos a vapor, chamados de vapores e de lanchas próprias para transportes de mercadorias, as quais conduziam grandes barcaças com a finalidade específica citada.

Esse transporte fluvial era contínuo e ininterrupto em qualquer época do ano. Os vapores chamavam-se Europa, América, Manoel Thomaz, 15 de Novembro, Joaquim Cruz, Chile e Afonso Nogueira. As lanchas eram Parnaibana, Nazira e Albatroz.

Foi uma grande perda para o Piauí, especialmente, Parnaíba e Floriano a extinção desse comércio fluvial. Também, a Capital e pequenas cidades ribeirinhas do rio Parnaíba, perderam muito com isso.

Antes da inauguração em 14 de junho de 1934 do Campo de Aviação, por um pequeno avião do " Correio Aéreo Militar ", a cidade era servida por aeronaves do " Sindicato Condor " e " Panair  do Brasil ", as quais baixavam no rio Parnaiba. Ambas as companhias, que muito serviram ao País, foram extintas há muito tempo.

8/17/2012

RETRATOS

À tardinha, como de costume, nas nossas visitas à terrinha, sempre é bom um passeio pela praça doutor Sebastião Martins, pela Matriz para observar o tempo, essas mudanças que ocorrem ao longo do tempo na cidade.

Essa visão ( foto ), extraída do meio da nova praça, apanhamos o casarão dos Demes, ainda suportando o tempo. As alegrias no passado eram outras, mas acontece que as mudanças vão dando um novo visual arquitetônico.

O mundo moderno é rápido nessa transição, tudo é novo, é mais bonito, mais apaixonante, mas para os saudosistas, ainda é tempo de romantismo; portanto, sempre vamos aqui lembrar dos bons tempos daquela época, do antigo bar Sertã, dos bambuais da praça, do Ponto Frio, da Rosa de Ouro, da Mascote, do bar Carnaúba e do bar São Pedro.

Vamos, portanto, aproveitar os momentos de deleite, reviver, andar nas novas ruas e praças de Floriano, para que sintamos o conforto natural dessa evolução que ainda não sabemos aonde vai dar.

8/15/2012

CAMPO DOS ARTISTAS


Campo dos Artistas em 2012

Estávamos, emocionalmente, combalidos pela saudade, quando da nossa última estada na Princesa do Sul. Foi aí que resolvemos dar uma geral pelos cantos e arredores da cidade.

Inicialmente, naquele belo domingo de sol, passamos pelo velho Campo dos Artistas, de saudosas jornadas esportivas. O que restou do grande areião, hoje, restaca apenas um pedaço de terra cheio de capim e, literalmente, abandonado.


A sombra do Cajueiro de saudosas
discussões esportivas


 Não há mais aquelas peladas, aquelas jogadas que haviam, quando de nossas jornadas esportivas lá pela tardinha, quando diversos times amadores de Floriano se faziam presentes na disputa de acirrados torneios de futebol, como o Botafogo de Gusto, fluminense de Fabrício, São Paulo de Carlos Sá e outros.

Dia de domingo, então, o areião lotada de piolhos de bola e o cajueiro ( foto ) fazia o departamento para as discussões em torno das emblemáticas decisões que faziam a felicidade de jogadores e torcedores fanáticos, à época.

Lamentavelmente, o tempo passou e, hoje, a especulação imobiliária tomou de conta, não mais a poesia, as corridas e os gols que se fazia naquelas quatro linhas do Campo dos Artistas. Os craques de hoje, sem os incentivos naturais da vida, tomam novas atitudes para outras atividades. O esporte, acredite, ficou em segundo plano.

Mas ainda nos resta a esperança, pois temos ainda dirigentes inteligentes, mas que precisam ter o compromisso de revitalizar os sonhos que ficaram para trás.

8/13/2012

ESCOLA NORMAL

Escola Normal
Por: Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.

Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.

ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- Vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.

Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985

Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929

Prefeito de Floriano assina ordens de serviço para asfaltar ruas e ampliar rede elétrica

  O prefeito de Floriano, Antônio Reis Neto, juntamente com o secretário municipal de Infraestrutura, Lourenço Marcos, e os representantes d...